Mary Chapin Carpenter - The Dirt and the Stars ****

“It’s ok to be sad”. O título da segunda canção é o melhor resumo deste disco, o 16.º e talvez melhor da autora. Um disco de forte introspeção, intemporal, nada a ver com a circunstância da epidemia. O que aqui se canta são os intemporais movimentos telúricos da alma, seja quando o pêndulo te diz que acabou tudo entre nós – “All Broken Hearts Break Differently”-, quando o amor se revela um equívoco – a dolorosa “Asking for a Friend”- , ou simplesmente quando o tema é, sim, o sentido da vida – “Nocturne”, um dos mais belos temas deste conjunto, a par da canção que dá título ao disco, um flashback à adolescência ao som dos Rolling Stones. Mary Chapin Carpenter é um dos nomes mais seguros do panorama country “inteligente”, perdoe-se a simplificação. O disco, gravado em Inglaterra, todos os músicos em estúdio sem artifícios, recolhe-se ao registo mais intimista da música americana, uma opção que lhe abre outros horizontes.