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Herbert Pagani - Megalopolis (1972) - Uma distopia esquecida

Maxime van der Love, presidente director-geral (PDG) dos Estados Unidos da Europa, no discurso da reeleição, anuncia o envio regular de lixo industrial para a Lua e o asfaltamento de todos os principais rios do Velho Continente, para dar resposta às necessidades de circulação automóvel. Enquanto o discurso vai sendo interrompido por spots publicitários da Mega Cola e da PDG (Pasta Dentífrica Governamental).
Na Europa, há muito que a Natureza cedeu ao betão, o trânsito e a produção de energia tornaram o ar irrespirável, pelo que só é possível sair à rua de máscara de gás. Para combater a solidão, tomam-se pílulas de companhia.

O disco Megalopolis (1972), de Herbert Pagani, é uma ópera-rock cantada em francês, que retoma parcialmente o livro Demain le Moyen Age, de Roberto Vacca. Uma distopia, prevista para o final do século XX, mas na qual tanto vamos reconhecendo muitas ideias e factos que entretanto se tornaram realidade, como outros tantos que pairam como ameaça. 

Herbert Pagani (1944-1988) é um judeu de origem líbia, que fez vida entre a França e a Itália, que se interessou pelas artes plásticas e videográficas, e que deixou uma curta discografia.

A obra chegou a ter uma versão teatral, encenada pelo autor, mas haveria de cair no esquecimento. Existem várias versões, em vinil digital, mas nenhuma com a duração inicial. Estão todas esgotadas, não constam das plataformas de streaming e a única hipótese viável é uma gravação quase completa que pode ser ouvida no Youtube. Uma pena, tratando-se de um disco de tão grande atualidade.