Maria Rita

Maria Rita é uma daquelas artistas que já tem um público certo em Portugal. Desde que lançou o seu primeiro disco (Maria Rita, 2003), que inscreve o nosso país na digressão respectiva (foi assim, também, com Segundo, de 2005). E agora, com este Samba Meu, do ano passado, a regra confirma-se.
A vasta comunidade brasileira explicará alguma coisa, mas o fenómeno Maria Rita é já universal (o primeiro disco já vendeu mais de um milhão de cópias em todo o mundo), para o que terão contribuído os Grammys latinos que entretanto recebeu.
Este terceiro disco, como se depreende do título, é integralmente preenchido por sambas, antigos e novos, e a imprensa brasileira, que a comparou à mãe (Elis Regina) na estreia, não tardou a compará-la à maior voz feminina do samba, Clara Nunes, também ela já desaparecida. O que só pode ser considerado um elogio, não fosse a irritante mania das comparações.
Maria Rita continua, é certo, com um timbre de voz que não a deixa mentir, mas o registo do samba permite-lhe mostrar outras tonalidades. Rezam as crónicas que os shows no Brasil têm sido de uma força e de uma elegância extremas, a que nem faltam as referências à sensualidade e beleza física de Maria Rita…
O espectáculo que agora traz a Portugal terá certamente muito de Samba Meu, com o respectivo apelo à festa e à dança, mas será inevitável que revisite alguns dos êxitos mais intimistas (“Cara Valente”, “Caminho das Águas”…), dos dois discos anteriores.

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