Juliette Greco

Eis, então, a lenda viva. A mulher que, aos 80 anos, transporta consigo toda a memória e actualidade da música francesa. Juliette Greco é um nome que pouco ou nada dirá às novas gerações do burgo, mas que poderá eventualmente desiludir a velha guarda, que apenas vê nela a intérprete genial de Brel, Ferré e outros monstros sagrados da chanson. É certo que, no auge da boémia parisiense dos anos 50 e 60, ela representou a intelectualidade dos cafés e clubes, amiga de Sartre, primeira grande intérprete de Gainsbourg, admiradora de Brassens, amiga de Brel… A sua voz e presença em palco moldaram muitos dos sucessos dessa época de ouro. Mas, após um quase total silêncio na década de 80 e parte da de 90, Greco regressou com discos em que, mais uma vez, se socorreu dos compositores contemporâneos. E é por isso que em Aimez Vous Les Uns Les Autres (2003) e Le Temps d’Une Chanson (2006) a podemos ouvir interpretando temas de Julien Clerc, mas também de Miosec ou Benjamin Biolay.

É no palco que toda a expressividade das suas interpretações ganha razão de ser. Desde a consagração no Olympia, em 1954, percorreu os palcos de todo o mundo, tendo ainda experimentado o cinema em Hollywood.

Há sete anos, passou pelo CCB e regressa agora, acompanhada apenas por um acordeão (Jean-Louis Matinier) e pelo pianista Gerard Jouannest, nada mais nada menos que um dos co-autores de muitos dos sucessos de Jacques Brel. Convenhamos que é História qb para uma noite memorável.

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