Seasick Steve - Man From Another Time ***

O êxito de I Started Out With Nothin’ And I Still Got Most Of It Left (2008), o terceiro disco deste sexagenário excêntrico, colocou bem alta a fasquia das expectativas.
O homem é do mais arcaico que há. Constrói as próprias guitarras, com uma ou quatro cordas, às vezes a partir de caixas de charutos. Grava em estúdios analógicos e todos os sons que ouvimos, menos a percussão, são de sua autoria. Uma espécie de reinvenção radical dos blues.
Man From Another Time, a começar pelo título demasiado explícito, é, porém, um disco em que já se perdeu a inocência e pouco mais tem para se mostrar que a exuberância mecânica de um certo estilo. Um disco de manutenção, portanto.
“That’s All” é uma excelente canção, quase radiofónica. “Diddley Bo”, executada com uma guitarra do mesmo nome, é uma óbvia homenagem a uma das principais fontes de inspiração. Boogie vibrante, há-o a encerrar, e baladas como “Just Because I Can” não se ouvem todos os dias.

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