O segundo disco de Florence é mais do mesmo. E “mais” é uma palavra que aqui se aplica em todo o seu esplendor. Embalada pela boa receptividade à estreia (Lungs, 2009), a britânica dá-nos agora ainda mais intensidade, mais pormenores deprimentes da sua intimidade e mais… instrumentos. É impressionante a amplitude instrumental e a massa sonora criadas em cada uma das canções, com elementos célticos, soul, tribais, corais, sinfónicos. No centro de tudo, está a voz dramática, avassaladora, de Florence Welsh, a cantar coisas tão pesadas como ser atirada à água com os bolsos cheios de pedras (“What The Water Gave Me”), uma canção em que o registo vocal faz lembrar outra britânica menos sombria, mas igualmente intensa – Kate Bush. Este é um disco, que por todas essas razões, se torna de difícil digestão. As canções são exigentes, na temática e na exposição, e, é verdade, um tanto repetitivas. Mas o teste do segundo disco foi ganho.