Sim, preparem-se para uma declamação de dez minutos, acompanhada por teclas e guitarras, essencialmente. É o tema de abertura do novo disco dos Tindersticks e, apesar de os mais antigos acharem que soa a “Atlantis”, do Donovan, a história contada por David Boutler lembra mais a comédia de equívocos sexuais de “Lola”, dos Kinks. Uma história bem humorada, coisa rara na banda de Nottingham. O resto, já sabem, fica entregue a Stuart Staples e à sua característica voz de barítono com um ligeiro (às vezes, mais que ligeiro...) trémulo. Esta nova passagem dos Tindersticks pelo burgo destina-se, essencialmente, a apresentar “The Something Rain”, uma edição já deste ano, em que a banda se espraia por latitudes musicais muito diversas. Claro que a toada dominante é a nocturna, com temas de uma marcada placidez (“A Night So Still”), mas os corpos talvez não resistam ao apelo R&B de “This Fire Of Autumn” e muito menos à batida mais evidente de “Frozen”. Muito provavelmente, faltarão em Lisboa os deliciosos coros femininos à la Cohen que pontuam o disco, ou mesmo alguns deliciosos apontamentos de cordas e metais. Fica, pois, uma banda de teclas e guitarras, afinal de contas a marca desta segunda encarnação da banda.
Tindersticks
Sim, preparem-se para uma declamação de dez minutos, acompanhada por teclas e guitarras, essencialmente. É o tema de abertura do novo disco dos Tindersticks e, apesar de os mais antigos acharem que soa a “Atlantis”, do Donovan, a história contada por David Boutler lembra mais a comédia de equívocos sexuais de “Lola”, dos Kinks. Uma história bem humorada, coisa rara na banda de Nottingham. O resto, já sabem, fica entregue a Stuart Staples e à sua característica voz de barítono com um ligeiro (às vezes, mais que ligeiro...) trémulo. Esta nova passagem dos Tindersticks pelo burgo destina-se, essencialmente, a apresentar “The Something Rain”, uma edição já deste ano, em que a banda se espraia por latitudes musicais muito diversas. Claro que a toada dominante é a nocturna, com temas de uma marcada placidez (“A Night So Still”), mas os corpos talvez não resistam ao apelo R&B de “This Fire Of Autumn” e muito menos à batida mais evidente de “Frozen”. Muito provavelmente, faltarão em Lisboa os deliciosos coros femininos à la Cohen que pontuam o disco, ou mesmo alguns deliciosos apontamentos de cordas e metais. Fica, pois, uma banda de teclas e guitarras, afinal de contas a marca desta segunda encarnação da banda.
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