Algiers, esclareça-se, é um subúrbio de New Orleans e os
Calexico mantêm-se, portanto, no seu território habitual: o Sul dos Estados
Unidos, com os ouvidos e talvez a alma ainda mais a sul, México especialmente.
O sétimo disco desta banda do Arizona é o mais terreno de todos, com os pés na
terra. O som continua a perseguir caminhos de fusão, mas o experimentalismo e a
criação de ambientes têm vindo a dar lugar às canções. Só canções. “Epic”, por
exemplo, abre o disco com a mais perfeita marca de água dos Calexico – um poema
de amor arrebatado, melodia melodramática, encenação instrumental sempre
surpreendente. O resto é enamoramento das guitarras do norte com os trompetes
mariachis do sul, em “Vanishing Mind” ou “Puerto”, por exemplo. Ou as camadas
subterrâneas de latinidade em “Sinner In The Sea”, que vêm à superfície no belo
e doloroso “No Te Vayas”.
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