Sigur Rós - Kveikur***

Os Sigur Rós deixaram-se de contemplações, literalmente ou quase, e o resultado, sendo surpreendente, não espanta nem encanta por aí além. O sétimo disco da banda islandesa, agora reduzida a três elementos, assume uma certa influência do mundo do metal e das suas correntes mais industriais e sombrias. O resultado não poderia ser mais óbvio, logo a partir da abertura, com "Brennisteinn", ou mais à frente com o tema que dá título ao CD - o ambiente é claramente pesado, à beira da opressão audio-respiratória, e alguns ouvidos menos habituados poderão mesmo confundir esta música com alguma instalação fabril fora de controlo. Os outros Sigur Rós, mais lineares e contemplativos, também marcam presença, por exemplo, em "Var", e noutros momentos ("Stormur") parecem quase soçobrar à pop. Poder-se-ia, então, imaginar que a diversidade de soluções é sinal de vitalidade. Paradoxo: estes 50 minutos (será a batida) resultam um tanto entediantes.

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