Tindersticks no Coliseu


Os Tindersticks estão em fase comemorativa e Portugal não poderia faltar à festa. Esta é mais uma daquelas relações que a razão não consegue explicar. Talvez a melancolia doce que atravessa todas as suas canções. 2013 é o ano do 21.º aniversário da banda (20.º do primeiro disco) e a data, redonda ou nem por isso, está a ser aproveitada para uma revisitação ao passado, traduzida num disco, Across Six Leap Years, com reinterpretações de temas de toda a carreira, mas especialmente dos primeiros anos. O disco, reconheça-se, não é nada de especial. Não se trata de um best of, a selecção de canções é relativamente aleatória e, acima de tudo, as novas interpretações não trazem nada de especialmente novo. É claro que a voz de Stuart Staples está em grande forma (alguma vez não esteve?), e que os arranjos são, como sempre, de uma elegância irrepreensível. Mas isso é o que esperamos dos Tindersticks. Especialmente depois de The Something Rain (2012), um dos seus melhores discos, esperava-se mais garra. Esse disco é o guião central da digressão que agora passa por Lisboa, o que não deixa de ser paradoxal, visto que as reinterpretações se socorrem abundantemente dos naipes de cordas (e amiúde dos metais), que, obviamente, não estarão no Coliseu. Mas a verdade é que tudo isso acaba por ser irrelevante - estamos perante uma banda que nunca desilude em palco. Muito menos os portugueses.

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