Repare-se na parca extensão da entrada sobre Lloyd Cole na Wikipedia, barómetro destes dias, e tirem-se as conclusões. Mais de meio século de vida e 33 de carreira não lhe trouxeram fama nem honrarias por aí além. Nem por isso desiste, antes pelo contrário. À boleia do sucesso da caixa com a discografia integral dos Commotions (Collected Recordings 1983-1989), lançada o ano passado, prepara idêntica aventura com os primeiros anos a solo (1989-1996), e, juntando os dois segmentos, anda em digressão, acústica e a solo (às vezes aparece o filho, Will, à guitarra), a recordar precisamente essas quase duas décadas. Na prática, o que o traz agora a Portugal é o desfile de êxitos, quase integralmente dos Commotions, que tanto agradam aos fãs. De fora e relevante, ficam apenas alguns temas de Music in a Foreign Language (2003) e de Standards (2013). O registo acústico, quase íntimo, potencia a inteacção com o público, uma das suas marcas de água. Desde que a sala não entre em rebuliço, por exemplo, com palmas fora de ritmo, o que o levou a interromper a actuação em aparições recentes. Não deverá acontecer por cá. Lloyd Cole e os portugueses, é sabido, têm uma relação que resiste a esses arrufos.
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