O lado B – este CD tem dois lados, uma maneira de arrumar as canções – é mais denso, com as canções a deixarem-se envolver em sonoridades vastas, à proporção dos instrumentos. É aqui que podemos ouvir “Fogo no Jardim”, um canto de intervenção dos dias de hoje, atravessado por sons da filosofia de Agostinho da Silva e pelas declarações belicistas dos presidentes americanos. Mas é no lado A, mais intimista, que estão as canções que vale a pena memorizar. Canções intimistas, porque procuram, como diz o título do disco, mas também pela frugalidade instrumental. Basicamente, este é um disco fascinado pela eletrónica, sejam as caixas de ritmo, ou os omnipresentes sintetizadores. Um intimismo pop, por paradoxal que tal possa parecer. Há aqui pop da boa, da que vende (há lá pop que não venda...), bem escrita, bem produzida. Pelo menos os três primeiros temas do disco são, por isso mesmo, autênticos hits instantâneos.
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