A Rolling Stone considerou-o o terceiro melhor disco de 2017. Outros, especialmente os britânicos, declararam os U2 quase moribundos. É a vertigem das redes sociais – só podes ser besta ou bestial, não há meio termo – a contaminar a crítica musical (vidé os dois últimos anos dos Arcade Fire). Acontece que o mais recente dos U2 não se ajeita a essa moda. Na pior das hipóteses, será um disco médio, e poderíamos alegar a favor dessa tese com “The Little Things That Give You Away”, um preguiçoso pastiche dos tempos de Joshua Tree. Mas excepção é excepção e, na verdade, a maioria das canções aqui presentes são bem mais interessantes e até reveladoras de uma inesperada vitalidade, se tivermos em conta as hesitações (três anos...) que rodearam este disco. Canções pop, de puro divertimento, as melhores delas: “The Showman”, “Get Out of Your Own Way” ou “Summer of Love”, em que dificilmente a mensagem política (Síria) se sobreporá ao ritmo de dança indolente. Nada há aqui de novo, sim. Mas era suposto haver?
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