Só aparentemente é fácil este caminho que Melody Gardot percorre há uma década, do qual já resultaram quatro discos de estúdio e agora este duplo ao vivo, em várias cidades europeias, revisitação de uma carreira, em concertos realizados entre 2012 e 2016. Porque o jazz ligeiro - é disso que se trata - constitui um território pouco afirmativo, muitas vezes confundido com música de elevador ou de piano bar, fronteiras difusas com a folk ou a pop, um gato malhado que nunca de deixa apanhar. Gardot tem a virtualidade de quase nunca se deixar (a)trair pela facilidade. Infelizmente, para nós, “Lisboa”, do seu disco mais folk, é um desses casos, como aqui se prova numa gravação de 2015, em... Oeiras. No polo oposto, escute-se, por exemplo, o classicismo de “Deep Within The Corners of my Mind”, ou os improvisos vocais e instrumentais de “March for Mingus”. Ou a sensibilíssima versão de “Baby I’m a Fool”, em Londres.
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