Kyle Craft é um tipo engraçado e não tomem isso como um elogio. Dylan, diz ele, será uma das suas influências, especialmente na vertente lírica. Na verdade, apanhamo-lo muitas vezes a debitar versos em catadupa, tal como o Nobel faz, mas, como na anedota, Kyle apenas terá apreendido a música do poema e não propriamente o poema. Noutras palavras, a cantilena. As canções deste disco são, na prática, dez variações sobre um mesmo tema: quão diabólicas conseguem ser as mulheres quando não gosta, ou pior, deixam de gostar de um homem. E tudo isto martelado em sucessivas e pouco inspiradas metáforas. É pena. Porque há na postura de Kyle, no seu revivalismo e energia à anos setenta, terreno fértil para outros voos. Talvez um pouco menos acelerado, como em “Bridge City Rose”, ou especialmente “Slick & Delta Queen”. Este é o primeiro disco a sério (o anterior, de 2016, apesar de oficial é demasiado caseiro...) e talvez dê para afinar o conceito. Caso contrário...
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