Alegrai-vos, românticos depressivos. Jay-Jay Johanson está
de regresso e traz com ele mais uma mão cheia de canções belas e tristes,
melodiosas que até doem. Há uns cinco anos que este sueco não dava sinais de
vida e, pelos vistos, fez-lhe bem o descanso. Nesta nova gravação, as
electrónicas foram remetidas para o subtexto, raramente rompendo o papel de
quase decoração de fundo, dando todo o palco à voz, ao piano e às cordas. O tom
mantém-se. Johanson bebe imenso no jazz (“An Eternity”), mas também nos filmes
de Hollywood (“Blind”), enfim, nos grandes cantores (“Dilemma”, o primeiro
single, tem a batida do histórico “Fever”…), sendo as quatro primeiras canções
do disco um autêntico tratado de bem compor e bem interpretar. Mas não há que
ter ilusões, que ninguém venha aqui à procura de salvação. A morte é o lema que
atravessa o disco e a audição, exigente, ressente-se disso. Podem comprová-lo
ao vivo, em Outubro, em Sintra.