Os discos de versões tendem a expandir o universo original, através da oferta de novos mundos às canções. Sendo um disco de versões, este faz o trabalho inverso. Digamos que se trata de uma gravação para fãs, como se os admiradores de Antony Hegarty (Antony & The Johnsons) e Robert Wyatt se tivessem reunido num teatro de Londres para venerar os seus ídolos e tivessem encarregado os Unthanks de os guiar. Não há aqui um trabalho de verdadeira apropriação ou transfiguração dos originais, mas antes de veneração. Quer isto dizer que se trata de versões menores? De todo. Ouça-se, por exemplo, “Bird Gerhl”, “Sea Song” ou a espantosa “Free Will and Testament” para se perceber o carinho colocado em cada interpretação. São canções de grande beleza e intensidade e essas características são preservadas e até intensificadas, em orquestrações baseadas no piano e enriquecidas com cordas e alguns toques vibrantes de metais. Ah, e as manas cantam tão bem!