Luísa Sobral


O cartaz promete surpresas para os concertos do CCB e da Casa da Música. Não esperávamos outra coisa, mas não lhe pedíamos tanto. Luísa Sobral foi uma das surpresas mais refrescantes de 2011 e, passado um ano sobre o lançamento do primeiro disco, o bolo e a cereja ainda estão no prazo de validade. Estes concertos de consagração poderiam, por isso, ser o mero corolário de um ciclo, o ciclo inaugural. E já seria bom. Mas prometem-se surpresas e não se perde nada em apostar que, sobre convidados e orquestrações, surja a cereja de alguns inéditos. A escolha dos palcos para esta consagração não será obra do acaso, como nada é na obra de Luísa Sobral. São palcos contemporâneos, até elitistas, mas também palcos onde tudo já se cruzou, o rock e o fado, Mozart e os blues. Não será tão ecléctica a música de Luísa, mas estão lá os traços do jazz de que quis gostar, do pop que ouviu desde cedo, do classicismo que terá absorvido nos estudos americanos. O que se promete para Lisboa e Porto é uma versão talvez ainda mais refinada, elegante, daquilo a que várias cidades portuguesas assistiram nos últimos meses. E que há semanas a revista francesa Les Inrockuptibles classificou como algo a que vale a pena estar atento nos anos que aí vêm. Atentemos, pois.