E no fim foram tristes para sempre. Tristes mas felizes. É
assim este disco: histórias de amor que acabam sempre mal, mas que nos são
contadas com alegria. Por exemplo, ‘As The Night Comes Alone’ fala-nos de uma
rapariga que imagina coisas, namorados mais precisamente, mas que na realidade vive
na mais absoluta solidão. Acham que isto nos é contado com choraminguices? Qual
quê!? Swing e mais swing e um tralala final que até abana.
E (quase) todo o disco é assim. Triste por dentro, alegre por fora. Porque – nota-se
– estas 17 (!) canções devem ter dado um gozo do caraças a compor e a gravar. E
só isso bastaria para ganhar o desafio do segundo disco. Depois do sucesso
(mesmo internacional, helas) da
estreia com There’s a Cherry On My Cake (2011),
Luísa Sobral resolveu dar um passo atrás e as canções estão agora mais expostas
na sua estrutura: há jazz mais jazz (‘The Letter I Won’t Send’) e pop só pop
(‘Mom Says’). E mesmo coisas que parecem saídas de um Brasil pré-bossa (‘Inês’,
com António Zambujo, ou “Quando Te Vi”). Há convidados estratégicos (Jamie
Cullum) e outros que alargam horizontes (Mário Laginha) e a estranha pronúncia
de Luísa, seja em português ou inglês. Ligeirinho? Sim, e qual é o problema?
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