Florence + The Machine - How Big, How Blue, How Beautiful ***

E, no entanto, move-se. A metáfora telúrica assenta que nem uma luva a Florence e à evidente inflexão que este seu terceiro disco representa. O pendor gótico e tribal dá agora lugar a uma espécie de soul acelerada, em que as guitarras, e por vezes os metais substituem os gongos e, parcialmente, as teclas em registo gongórico. Por via dessa descompressão instrumental, a própria voz de Florence parece ter encontrado um registo um tudo-nada mais sereno, o que, no caso, é altamente relevante, tendo em conta todo um passado de gritaria intensa. Particularmente representativo desta mutação é o tema que dá título ao disco e que, ao contrário do que seria habitual, não evolui para a explosão, mas, antes, evolui sempre dentro de uma extraordinária contenção. O mesmo com as baladas, em que Florence resiste à tentação do exagero vocal. A temática, essa, continua enredada em fantasmas e naufrágios no feminino.

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