Há vários movimentos que se vêm desenhando na carreira de Mafalda Veiga – que, a propósito, entra em 2017 na quarta década... – e que confluem harmoniosamente neste nono disco. Desde logo, a perda progressiva dos maneirismos dos primeiros anos, especialmente os que tinham a ver com a interpretação. A voz está hoje como que normalizada, e isso é muito bom. Depois, o adeus a um certo bucolismo deslocado no tempo e no espaço. Este é um disco de hoje, da nossa vida urbana (“Domingo” é, talvez, disso o melhor exemplo). Por último, a constatação que a vida é bem mais simples do que por vezes a fazemos (“Olha Como a Vida É Boa”). Mesmo as coisas mais complicadas (“O Mesmo Deus”) podem ser reduzidas a uma quase caixinha de música. Pena que outros temas, como “Todas as Coisas” ou mesmo “Praia”, não façam grande coisa para nos surpreender. Na edição especial, há três versões de ensaio, só com guitarra e voz.
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