A tentação mais evidente será a comparação com os Tame Impala, influência evidente desta sonoridade psicadélica arrancada aos anos 70. Mas a banda de Sintra vai um pouco mais atrás e deixa-se contaminar pelos delírios de Barrett nos Pink Floyd iniciais, por exemplo em “Yellow Hearts”, ou, de forma ainda mais imersiva em “Halos”. Esse fascínio um tanto exagerado e datado pelos sintetizadores, pelas vozes e coros distorcidos, pelas quebras sucessivas de ritmo, crescendos e mudanças súbitas de tom compromete decisivamente amplitude desta música (“Leave to Relief” é quase um catálogo de efeitos sonoros). Os Tame Impala, leia-se, o sucesso comercial, fica assim comprometido por essa atmosfera demasiado planante e um tanto obsessiva. Nada disto parece fruto do acaso, até porque, apesar da juventude da banda de Sintra, o som é já bem profissional e bem construído. Agora é deixar rodar a ver o que dá.
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