Não, Jason Isbell não é apenas mais um cantor country. Há pelo menos duas razões de peso para que o ouçamos. Antes de mais, para percebermos, de forma muito evidente, como o tal country (mais o blues, que não é para aqui chamado) esteve na origem do muito que hoje ouvimos. Jason nunca se fica pelo country, apenas parte dele para outra coisa qualquer. E depois porque Jason é aquilo a que há uns anos se chamava cantautor, alguém que, mais do que autor e cantor, é também um contador de histórias, parábolas da vida contemporânea. Do horror pela eleição de Trump (“White Man’s World”) às doçuras e agruras do amor, que dão origem a duas das mais belas canções do disco: “If We Were Vampires”, em dueto com a mulher, Amanda Shires, e “Chaos and Clothes”, com a voz duplicada do autor. A honestidade com que se expõe, a teimosia em seguir valores, tornam Jason em alguém quase antiquado, como canta em “Last of My Kind”.
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