Quando se chega a “I’m Not Running Away”, já quase no final do disco, apetece voltar ao início e ouvir tudo de novo, agora à sombra dos blues. Essa é a canção em que fica mais exposta a ossatura fundamental desta aventura de Feist. O recurso ao blues, a mais essencial das músicas, para cantar as mais perenes histórias da humanidade, histórias de ternura e dor, sexo e morte. O blues, insiste-se, será apenas a ossatura, num corpo musical surpreendentemente musculado – que evolução, nestes seis anos de silêncio desde Metals -, e falho de gorduras, de adornos inúteis. Os instrumentos são os estritamente necessários, numa gravação quase caseira (“Get No High, Get Not Low”), e dispostos do modo rude, sem artifício evidente (“Pleasure”, ou “Century”, esta com Jarvis Cocker a cantar “outra” canção. Já “A Man Is Not His Song”, ou “Any Way” (aquele começo à Kinks…), na sua simplicidade, atestam que estamos perante uma compositora de calibre mais que razoável.
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