Este disco poderia ter sido gravado por Marisa. Aliás, Marisa canta neste disco, num tema inédito escrito com Silva (“Noturna”), um dos muitos que terão composto quando se conheceram, há dois anos.
disco bebe em Marisa não apenas as canções, mas também o jeito doce com que Marisa as interpreta. A diferença, aqui, é a simplificação orquestral a que são sujeitas. Silva transporta a tal doçura para o seu universo feito de hip-hop, acid jazz reggae e linguagens electrónicas e canções surgem-nos muito familiares, mas ainda mais distendidas do que em algumas das abordagens a que a autora as submeteu, por exemplo, em concerto.
Interessante é perceber como, mesmo nesta abordagem, digamos, pós-moderna, as canções mantêm o balanço de samba, um samba lânguido, que é a marca característica de Marisa (“O Bonde do Dom”. Que não haja por aqui nada de surpreendente talvez seja mesmo a surpresa boa.
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