Preconceito nenhum. Há fado fado, há canções quase pop que parecem fado, há fados tradicionais com letras nada convencionais, há fados quase sem guitarra portuguesa, e por aí fora. O quinto disco de Marco Rodrigues revela um artista plenamente seguro de si, capaz de ignorar todas as fronteiras e ficar à vontade na mesma. A ideia de trazer outros instrumentos para o fado já vinha de trás (aqui, o acordeão em “Fado do Cobarde”, ou o piano e a harmónica em “O Amor Desacontece”). A novidade agora é trazer para o fado autores que nunca nele haviam sequer pensado. E há de tudo: um verdadeiro fado escrito por Agir (“Por Ti”), uma canção pop com nada de fado, pelos Amor Electro (“Copo Meio Cheio”). E as letras inesperadas, com rimas de “swag” e “biscuit, de Luísa Sobral, Carlão ou Capicua, para velhos fados tradicionais. Surpreendente, como permite o fado tanta liberdade e criatividade e mesmo assim ser fado.
Sem comentários:
Enviar um comentário