As publicações especializadas e os locais de venda da chamada música pop-rock têm por estes dias tantos discos novos como reedições dos mais variados tipos. Há razões para isso, que não vêm agora ao caso, mas nem sempre é fácil perceber o que vale mesmo a pena. Este duplo CD (triplo, se contarmos com o blu-ray disc quadrofónico) cabe claramente na categoria dos obrigatórios. Ele reúne todos os singles (lados A e B) da carreira dos Doors, com e sem Jim Morrison. Isto quer dizer que há aqui uma mão-cheia de canções à beira do disparate (que é aquilo do “Mosquito”?), daqueles dois anos (71 e 72), em que os Doors imaginaram (eh eh) que sobreviveriam ao génio. Mas há uma constatação bem mais relevante: expurgada das aventuras mais conceptuais e barrocas (os singles sempre foram o formato mais directo para os tops), a música dos Doors é basicamente blues. Sofisticados, mas ainda blues. Uns Doors em carne e osso, sem gorduras, portanto.
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