Ah, as agruras e belezas e contradições do amor. Poemas e poemas disto, livros, tratados e discos. Muitos discos. Joan Wasser, aka Police Woman, não faz outra coisa, há 12 anos e cinco discos, seis com este que agora se apresenta. “I’m told that wounds are where the light gets in”, canta Joan em “The Silence”, parafraseado Cohen, e fica feita a declaração de princípios sobre as águas em que se movem estas 12 canções. E se na temática tudo se mantém igual, já na frente estilística esta edição representa um regresso às orquestrações densas, pastosas, indolentes, depois da intensa luminosidade soul de “The Classic”, de 2014. A electrónica é o cimento que tudo agrega, quase rivalizando com a secção rítmica, em movimentos pendulares entre a recitação compassada e descargas catárticas (“Valid Jagger”). Sobre tudo isto, a voz, ou melhor, as vozes de Joan, em registos de uma elasticidade pouco comum na pop.
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