Os dois primeiros versos do disco definem a coisa: “I just wanted to be one of the Strokes, now look at the mess you made me make”. Poderia ser Alex Turner a descrever o percurso dos Arctic Monkeys, desde a estreia de 2006 (tinha ele 19...) até esta estranha transfiguração pelos terrenos do lounge decadente, que talvez deva mais à sua banda de brincadeira, The Last Shadow Puppets, que à memória de um dos grupos ingleses mais marcantes da última década. Sim, não há aqui punk, derivadas do blues, as guitarras que marcaram a última década da música inglesa. Agora, Alex Turner virou crooner. Ele, que já tinha aquela pose vocal um tanto bowieana, assume-se camaleão, da cabeça aos pés. Reza a lenda que aprendeu a tocar piano, sendo que não se nota muito, funcionando isso mais como metáfora da opção acústica/electrónica da aventura. À primeira audição, estranha-se. Depois, não entranha. Dúvida: a culpa é da opção de fundo, ou da ausência de uma mera uma canção que perdure?
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