O jazz e a música latina constituem territórios seguros para Salvador Sobral. A sua obra gravada e actuações ao vivo são prova cabal de que é, aliás, esse o chão que lhe serve de base ao resto, talvez juntando-lhe a “chanson”, como ficou evidente no mais recente disco a solo (“Paris, Lisboa”, 2019). Este CD resulta da paixão pela música sul-americana, partilhada com o pianista cubano Victor Zamora, a que se juntaram Nelson Cascais (contrabaixo) e André Sousa Machado (bateria). Os espectáculos ao vivo que foram rodando desembocaram num disco sem ambições extraordinárias e que se ouve com a mesma intensidade. São nove temas do cancioneiro latino, uns mais conhecidos que outros, em que o jazz fala frequentemente mais alto (o diálogo bateria/contrabaixo em “Si Me Pudieras Querer”, o piano em “La Gloria Eres Tu”) e em que Salvador faz uso extensivo dos seus limitados dotes vocais (“Alma Mia”). Não se poderia pedir mais.
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