Não há qualquer surpresa, ou sequer confirmação. Década e meia de estrada, seis discos no activo, Mazgani tem já créditos firmados e um nome que identifica um estilo. Mas este disco é, apesar disso, um passo em frente. Ao assumir um registo muito mais calmo, lento, que em registos anteriores, e ao afastar-se do blues seminal talvez como nunca outrora, Mazgani burila e fixa de forma mais evidente uma maneria muito peculiar de estar na música. Os temas andam – como poderia ser de outra forma? – em torna do amor, da busca, da errância. A música, com mais espaço para respirar, serve na perfeição esse desígnio contemplativo. Canções como “Into Silence” aproximam-se do pop elegante, sem as arestas do blues, para logo de seguida “The Sweetest Song” ser a excepção que nos traze o canto gritado de discos passados. Os mais puristas hesitarão perante este som mais manso, que nada parece ter, porém, de derrota ou inflexão.
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