Ricardo Ribeiro - Terra Que Vale o Céu ****

Ricardo Ribeiro (Lisboa, 1981) coleciona prémios, menções e referências de todo o tipo numa quantidade rara entre fadistas e mesmo outros artistas da nossa era. E tudo isso sem enveredar pelos caminhos de algum experimentalismo que boa parte da sua geração escolheu. Aqui, cultiva-se a tradição, que não é a mesma coisa que repetição. E essa tradição não é necessariamente apenas fado. É dança de percussões, em “Vira-Voltas”, ou uma coisa quase berbere, em “Terras Dum Mar Interior”, um original de Amélia Muge. Sim, a tradição aqui faz-se também de originais contemporâneos, sejam eles de outros fadistas (“Chave da Memória”, de Carminho), seja de poetas sobre fado tradicional (“Fado Passado”, de Nuno Júdice / Fado Franklin). “Tronco e Raiz”, um tema integralmente escrito pelo fadista, curiosamente afasta-se dos cânones e aproxima-se do fado-canção. Uma outra tradição, afinal.

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