E eis-nos, então, perante Sing It Loud, o disco com que k.d. lang parece querer abrir uma
nova frente. Trata-se da primeira gravação, em muitos anos, em que surge
acompanhada por uma banda própria, apelidada para o caso de Siss Boom Bang,
nome fantástico. E isto é importante porque se trata, de facto, de um disco de
banda, em que se ouve o conjunto e em que o conjunto tenta fazer sentido. É
claro que o centro de tudo continua a ser a voz única e sensacional de k.d.
lang. Ouça-se a sensualidade de “I Confess”, ou a elasticidade de “A Sleep With
No Dreaming” e fica tudo dito ao fim das duas primeiras canções. Mas, já agora,
a terceira (“The Water’s Edge”) também é muito boa e um excelente exemplo das
guitarras e do órgão que dominam todo o disco.
As canções são todas (co)assinadas pela cantora e até há uma
outra menos razoável (“Inglewood”, por exemplo), havendo apenas uma versão
(“Heaven”, dos Talking Heads), que, sendo interessante, não é nada do outro
mundo. Para primeiro disco de uma nova fase, é prometedor. Falta perceber como
continua.