Nem sempre um boa colecção de pérolas faz um belo colar. É o que acontece com este disco, o quarto de Patrick Watson. Cada canção é uma pequena obra de arte, especialmente nas orquestrações. Pormenores de piano, de metais, coros ou guitarra fazem de cada canção uma aventura sonora, sempre melodiosa, sempre na busca de um conceito de beleza óbvia. Estamos claramente no território da intimidade, da melancolia, embora os tons pastel nunca resvalem para a zona de escuridão. E talvez seja esse um dos problemas, talvez que seja tudo demasiado bonitinho, muito certinho, e falte por aqui garra, uma voz que rasgue. Patrick Watson, entretido em tecelagens de falsetos, torna este exercício ainda mais fastidioso. O que torna o CD mais recomendável para experiências de levitação zen do que propriamente de fruição musical. E, no entanto, o potencial está lá todo... Talvez para a próxima.