Este é um disco que se ouve bem no Youtube. Os Sigur Rós
convidaram uma série de cineastas para criarem vídeos a partir de cada uma das
canções deste Valtari e o resultado, como se adivinhava, é espantoso. Se cada
uma das canções já remete para territórios oníricos muito próprios, imagine-se
tudo isso fantasiado em imagens, que cobrem a música de mais algumas camadas de
imaginação. O caso mais espantoso talvez seja a recriação de Fjogur Píanó por Alma Har’el, de uma
muito particular e intensa beleza. Sem imagens, recomenda-se vivamente Varúõ, uma coisa quase religiosa, entre
várias camadas vocais, momentos de grande serenidade e um explosão a remeter
para os grandes espaços. O resto do disco é para sorver tranquilamente, quase
em melancolia. Após cinco anos de silêncio, os Sigur Rós regressam aos
primórdios das texturas e do paisagismo melódico. Obviamente que não é para
todos.