Com algumas bandas, músicos em geral, vá lá, mas acontece mais com bandas, apetece perguntar: para onde vão eles? Por exemplo, com The xx. Inventam uma matriz, uma espécie de indie de matriz sintética, urbano-pouco-depressivo, gozam o sucesso planetário, repetem a dose e, depois, ao terceiro exercício, não negam nada, não inventam nada, mas fazem soar tudo um pouco diferente. O suficiente para que seja já outra coisa, sendo ainda o mesmo. O resultado é o disco mais pop da banda, sendo inevitável constatar que nunca se pareceram tanto com os Everything But The Girl, e não apenas da fase serôdia. Especialmente em certos (muitos...) fraseados de Romy Madley Croft, belíssimos, como, por exemplo, em “Brave For You”. Se bem que a matriz predominante sejam os diálogos dramaticamente contidos com Oliver Sim. Contenção que se estende, de resto, a todo o disco, obra e graça de Jamie xx, o mago das estruturas ora intensas (“Dangerous“, com aqueles trompetes sintéticos), ora esparsas (“Performance”) em que se desenvolvem estas histórias de desencontros e, agora, mais encontros. “Violent Noise”, por exemplo, fica sempre à beira de explodir na pista de dança, mas nunca sai desse limbo, precisamente por via dessa contenção extrema. Um dique que está sempre a vibrar e numa desaba. Essa energia solta-se apenas em “On Hold”, com uma citação circular e evolutiva de Hall & Oates. Um disco, enfim, feliz, especialmente quando celebra a própria felicidade, como em “Say Something Loving”.
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