Comparam-na a Billie Holiday, Nina Simone, Sarah Vaughan ou mesmo Elis Regina. Estas comparações são sempre muito discutíveis, mas servem para nos situarmos. Que Carmen Souza tem uma excelente voz e uma capacidade interpretativa acima da média fica claro logo ao primeiro tema deste disco, “Ligria” e nas modulações que exibe. Isto, claro, para quem passou ao lado dos oito discos, em estúdio e ao vivo, lançados na última década e meia. Se fosse necessário catalogar esta cabo-verdiana, nascida em Lisboa em 1981, o jazz seria a opção mais evidente (ouça-se, por exemplo, “Pretty Eyes”), porém, mais uma vez, redutora, porque é do Brasil, mas especialmente, de África (“Creology”), que chegam os ritmos e odores vocais mais fortes. Coisa contemporânea, de raízes longínquas. Esta é também uma música que respira, que deixa ouvir cada respiração dos instrumentos, com destaque óbvio para o contrabaixo de Theo Pascal.
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