Fado (2009), Alma (2012), Canto (2014), Maria (2018). Faz sentido, faz todo o sentido. Ao quinto disco – as contas não batem certo porque, pelo meio, houve o disco de canções de Tom Jobim (2016) – Carminho canta, como nunca, na primeira pessoa. É um disco de histórias e vivências, reflexões de coisas vividas (“Desengano” sobre o Fado Latino, de Jaime Santos). Mas é também na primeira pessoa porque Carminho produz, toca guitarra elétrica (“Estrela”), assina sete dos 12 temas, seja na totalidade, apenas as letras, ou só a música. Um disco que resulta de dois movimentos distintos, aparentemente opostos: um, a depuração extrema do material genético do fado (o a capella de “A Tecedeira”, ou o quase mero esboço da guitarra de “Sete Saias”, de Ricardo Ribeiro); outro, a procura de novas sonoridades para o fado, de que o exemplo extremo é a pedal steel guitar, tocada com arco de violino (!) de “O Menino e a Cidade”. Um disco de plena maturidade.
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