Richard Swift - The Atlantic Ocean ****

Ouve-se a primeira canção e parecem os Beatles serôdios que ressuscitam. Salta-se para a última, “Lady Luck”, e caímos no meio de uma gravação da Motown dos tempos áureos. E depois há a segunda, “The Original Thought”, que parece Kinks cruzado de Van Dyke Parks. E todas outras parecem ter algo daquele som de cabaret sofisticado de Van Dyke Parks, ou então qualquer coisa dos anos sessenta.
Richard Swift é aquilo a que podemos chamar, com toda a propriedade, um “ganda maluco”. Um génio meio avariado. Um Rufus Wainwright que, em vez de se concentrar no essencial, gosta é de pegar nas melodias e pôr-se a brincar com elas. A ver se resistem.
É claro que todas estas comparações resultam numa enorme injustiça. Porque Swift sabe mesmo escrever canções e, de certa forma, não tem culpa de, tão novo, ter absorvido tanta e tão boa música.
Um disco para quem gosta de ser surpreendido. Mesmo quando se pensa que já se conhece.

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