Jakob Dylan - Woman + Country ***

Quem não quer, ou não pode, ser lobo não lhe veste a pele. Jakob é filho de Dylan, mas Dylan não se chama Dylan e Jakob fez questão de lhe herdar o pseudónimo. O que é, creiam, um aborrecimento. A cada crítica, lá temos que alertar que Jakob é filho de Bob e fazer comparações – o rapaz também tem a voz enevoada e as águas blues-country clássicas são as mesmas em que o pai mergulhou na última década.
Um aborrecimento, creiam. Porque Jakob tem, apesar de tudo, uma voz própria, no sentido mais amplo da expressão, como já tinha demonstrado na experiência colectiva com os Wallflower. E porque esta segunda gravação a solo está uns furos acima da monocórdica estreia a solo (Seeing Things, de 2008), talvez mercê da troca de produtor – Jack Rubin deu lugar aos mais lunático T Bone Burnett. O resultado são canções com mais densidade, às quais os metais e as cordas conferem uma espessura que talvez falte à relativamente banal composição. Por isso mesmo, “Lend a Hand” e “Standing Eight Count” sejam duas das canções que mais ficam no ouvido, a par, talvez das duas baladazinhas de abertura.

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