The Walkmen - TMN Ao Vivo

 
É um caso de amor. Poderá ser até desconcertante, mas, como todos os casos de amor, não tem grande explicação. Entre The Walkmen e os portugueses há uma certa química, percebe-se que a corrente passa. E não é nada evidente a razão para esse fascínio mútuo. Sentimo-nos, talvez, atraídos por aquele lirismo de coração ao pé da boca de “The Rat”, o tema que melhor os identifica. E talvez eles revejam em nós os românticos incorrigíveis que povoam as suas canções.
 
Delírios à parte, a verdade é que já são necessários os dedos das duas mãos para contar o número de vezes que The Walkmen actuaram em Portugal, desde que, em 2008, aqui puseram os pés (este ano, por exemplo, já passaram pelo Porto, no Verão). E, claro, não há assim tantas bandas que tenham traduzido a sua admiração por uma cidade no título de um disco (Lisbon, 2010).

A digressão que agora os traz cá centra-se no mais recente CD, Heaven, que apresenta uma banda mais segura, mais cuidada na arquitectura das canções, mais atenta aos pormenores, com o que isso implica de perda daquela força radical dos primeiros tempos. Esperam-se, por isso, momentos de algum recolhimento – sendo que seria de bom tom não se cair no exagero de entoar “We Can’t Be Beat” de mãos no ar...

Não que o novo disco não tenha motivos para que Hamilton Leithauser rasgue a voz (“Heartbreaker”, por exemplo), mas deverão ser as velhas canções a puxar a locomotiva quando o Coliseu quiser explodir em movimento de celebração.

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