She & Him - Volume 3 ***

Um dia, ainda vamos descobrir que Zooey Deschanel e M. Ward, na versão She & Him, nunca existiram. Foi tudo feito em computador, daí a forma mecânica de nomear os discos: Vol.1 , Vol. 2, Vol. 3... A sério: já devem existir apps que juntam pedacinhos de canções e fazem outras canções, completamente novas, mas que já ouvimos em algum lado. Uma memória ao contrário. Zooey, na escrita, e M., no embrulho da coisa, são, além do mais, perfeccionistas. Por isso, é quase irresistível bater o pezinho ou deixar cair a cabeça sonhadora sobre o ombro ao ouvir estas evocações de uns anos 50 ou 60 que não vivemos. O único problema é que a fórmula, parasita por definição, tende a esgotar-se. É bonito, e depois?, já conhecemos. Há, porém, momentos de rara beleza ("Turn To White"), em que a fragilidade das vozes lembra que estamos perante simples humanos ("Baby" - uma versão), ou até de partir o coração ("Together"), que (os) salvam.

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