Lykke Li - I Never Learn ****

Claro que nunca deveríamos confiar numa miúda que escreve uma canção intitulada "A Tristeza É Uma Benção" (Wounded Rhymes - 2011). Muito provavelmente inspirada em factos reais, ela leva agora a coisa às últimas consequências. São nove (nove!) canções encharcadas em lágrimas, voz dorida (e como se nota e ouve!), corações partidos, o amor que acabou e que nunca, mas nunca, mais voltará. Sem réstea de luz ou esperança. Mas, como em todos os exorcismos, há prazer nesta dor. Por exemplo, o prazer de recriar a "wall of sound", de Phil Spector: a maioria dos temas começa de mansinho, evocando os ambientes planantes do primeiro disco, evoluindo depois para massas sonoras muito consistentes, a que não faltam camadas de coros, cordas e castanholas (sim, castanholas, em "Heart of Steel"). Destas vagas sonoras escapa aquela que talvez seja a melhor canção do disco, "Love Me Like I'm Not Made of Stone", uma balada com guitarra acústica. E um nó na garganta, claro.

Sem comentários: