The Gift - Verão ****

25 anos de carreira, cumpridos este ano, a caminho da dezena de discos de originais, donos de uma sonoridade marcante na música portuguesa contemporânea. Os Gift já nada têm a demonstrar, nem seria justo pedir-lhes a sempre almejada novidade pop – “o que fizeram eles de novo agora?”. Não há novidade aqui. O produtor, Brian Eno, é o mesmo do disco anterior (“Altar”, 2017), a ideia original é a sequência natural de “Primavera” (2012) e são vários os momentos de “Verão” que ecoam memórias da obra passada. E, no entanto, este é um grande disco dos Gift, um dos melhores dos últimos tempos. Na criação de massas sonoras de grande dramaticidade e intensidade, recorrendo amiúde ao casamento das cordas com a electrónica (“Impressiveness”, “Foggy”), nos temas mais pop (“Vulcão”, “Lowland” – esta na voz e Nuno Gonçalves e tão tão Eno), nas baladas (“Books”, que bela linha de piano...) ou no inevitável hino para os palcos (“Verão”). Este ano, o Verão terá a sua dose de melancolia.

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