Efterklang - Altid Sammen ****

O anterior disco dos Efterklang era, literalmente, um exercício sobre gelo. Gravado numa base russa abandonada no Pólo Norte, “Piramida” desenvolvia-se em avalanches sonoras de frente fria. Estávamos em 2012, no pico de um percurso iniciado por quatro dinamarqueses, uma década antes, algures entre o pós-rock, um certo neo-romantismo e muita electrónica. Os sete anos seguintes foram de silêncio do colectivo, embrenhados os seus elementos em projetos paralelos. Regressam agora, em formato de trio e com a surpresa, um tanto desagradável, de um disco integralmente cantado na língua nativa. O que, fazendo-lhes a vontade, nos priva de perceber que cantam eles – basicamente, aquilo a que poderíamos chamar de paisagismo existencialista, ou seja, reflexões intimistas com montanhas e nevoeiro ao fundo – e a focarmo-nos na música. Bem mais serena, com mais espaço para respirar, como em “Hander der Abner sig”, com uma belíssima utilização de metais, ou em “Havet Lofter Sig”, com pianos a recordar Virginia Astley e a voz a ecoar ao John Cale dos dias mais dramáticos. Há ainda uma aragem do Norte, mas o ambiente é agora bem mais acolhedor.

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