Teresinha Landeiro - Para dançar e para chorar ****

“Se é o medo, deixa que seja / abre-lhe a porta, a tua”. Em “Visita Inesperada”, letra e músicda própria, a voz de Teresinha Landeiro continua cristalina, como no primeiro disco (“Namoro”, 2018), mas agora já não é a intérprete de “fado jovem e leve”, como se anunciava no segundo (“Agora”, 2021). Não há, aliás, nada disso, nem amor, sequer, em todo este terceiro disco. Pela primeira vez, esta que é umas vozes mais relevantes de uma novíssima geração de fadistas aborda as temáticas mais sombrias que normalmente associamos ao género. E de que maneira! Em “Chegou a Hora” é a morte por opção própria, em “O Que Somos” é a perda da memória, por doença ou idade. E mesmo quando a surge a alegria, “Maré de Sorte”, é só porque alguém partiu. Um disco de grande rigor estilístico, mesmo quando (“Visita Inesperada”), à voz se junta apenas a guitarra elétrica, ou quando a palavra “instagram” se estreia no fado (“Maré de Sorte”).

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