A primeira canção mantém a dúvida até ao último segundo:
feminino ou masculino? E só no segundo tema (o primeiro single, “What’s In It
For?”) percebemos que se trata de um “ele”, mas que ainda não mudou a voz (e
talvez já não mude).
“Ele” chama-se Avi Zahner-Isenber, teve o bom senso de
trocar o apelido por “Buffalo”, vive na Califórnia e tem… 19 anos. Uma das
vozes que mais se ouve durante o disco (belo dueto em “One Last”) é de Rebecca,
a namorada, e há ainda mais um casalinho adolescente.
Fazem canções maravilhosamente adolescentes, cheias de sol
na música e de dúvidas e delírios nas letras. Usam muitas guitarras, entre a
simplicidade dos Smiths e o psicadelismo dos Flaming Lips (“Five Little Sluts”
lembra o rock erudito dos anos 70), mas também batem palmas e fazem outras
coisas claramente precoces. Fazem lembrar Mercury Rev, pela voz falsetto e
pelos coros, e Camera Obscura, pelas melodias meio retro.
Nada mau para estreia, senhor Zahner-Isenber.