O Cool Jazz Fest tem vindo a afirmar-se como um dos mais
interessantes festivais de Verão em Portugal. Desdobrando-se por todo o mês de
Julho, em vários e inesperados palcos de Cascais e Mafra, apresenta muito mais
que o jazz e arredores indiciados no título. Este ano traz-nos , por exemplo,
Elvis Costello e o grande Solomon Burke.
As honras de abertura vão, porém, para dois nomes pop que
pouco ou nada têm comum.
Regina Spektor é uma russa que cresceu nos meios musicais de
Nova Iorque. Da Moscovo natal nada lhe ficou, à excepção talvez do piano de que
é inseparável. Faz uma música de autor, pouco comercial, sofisticada, apesar de
nunca perder de vista os cânones da pop actual.
A sua primeira actuação em Portugal basear-se-á nos dois
primeiros discos de originais: Begin To Hope
(2006) e Far (2009), sendo que as
potencialidades das canções e a versatilidade da artista prometem uma noite
luminosa e de improvisos.
Chris Isaak é de outra colheita. Californiano, na casa dos
50, evoca os anos 50 e 60, na vertente melancólica, assumindo-se como herdeiro
de Roy Orbison e das suas canções de sofredor apaixonado e abandonado.
Tem uma canção que já toda a gente ouviu, embora talvez não
saiba nomear (“Wicked Game”), representativa da extrema sensualidade que marca
a sua obra.
Após um jejum de sete anos, lançou um disco em 2009 (Mr. Lucky), que será a base da actuação
em Portugal, naquela que promete ser a noite romântica do festival.