Norah Jones e Regina Spektor. Pronto, já está. Mandam as
regras que cada cantor(a) novo(a) deve ser rotulado(a) com as suas influências.
Diz que facilita a orientação do consumidor… Luísa Sobral tem, de facto, um
estilo que faz lembrar o pop-jazz da primeira e a criatividade da segunda. Mas
– que Diabo! - das 13 canções deste disco só não escreveu uma (“Saiu Para a
Rua”, de Rui Veloso, em versão peculiar) e, se há coisa que a estreia demonstra,
é uma compositora e cantora com asas para ir bem mais longe. Aos 16, foi aos
Ídolos, depois viajou para os EUA, onde aprendeu música a nível universitário e
actuou, entre Boston e Nova Iorque. No regresso à pátria, aos 23, lança um
disco, entre o pop e o jazz, em inglês e português (menos deste, mas mesmo
assim com uma das melhores canções, “O Engraxador”). E o disco está a ser
acompanhado por uma boa campanha de promoção. Tudo muito profissional, raro por
cá. Tem pernas para andar.