Credence Clearwater Revival - Best Of *****

Há por aí uns programas de computador e uns sites onde, através de processos inspirados na cas cadeias genéticas da biologia, se procura criar cadeias de música, ou seja, identificar raízes, detectar continuidades e descontinuidades, criar árvores genealógicas de canções históricas ou simplesmente da moda. O processo conduz, necessariamente, a uma certa engenharia através da qual já é hoje possível criar, com elevado científico, canções destinadas a entrar directamente nos tops.
Nenhum desses programas, presumo, se chama CCR. Mas devia, em homenagem àquela que talvez tenha sido a primeira experiência bem sucedida de pegar nas bases fundamentais da chamada música pop-rock e escrever canções que, a todos os títulos, podem ser consideradas exemplares, paradigmáticas, da escrita e da execução desse género musical.
Os Credence Clearwater Revival (CCR) nasceram em 1967 e lançaram o último disco em 1972. Ou seja, numa altura em que meio mundo andava a fazer experiências, a reinventar a música e a acrescentar-lhe tonalidades, os CCR faziam exactamente o contrário. Foram às raízes do rythm & blues e da country e desataram a gravar canções simples, directas, mas nas quais é possível ouvir tudo aquilo que, ainda hoje, é o ADN da música do mainstream.
O retorno foi gratificante. E, francamente, é difícil imaginar alguém que nunca tenha ouvido, pelo menos uma vez na vida, mesmo sem a identificar, uma canção dos CCR. Das 24 que constam deste CD, é quase impossível, porque injusto, nomear uma ou outra. Mas é óbvio que estão aqui “Proud Mary” ou “Up Around The Bend”, ou “Bad Moon Rising”. As notas sobre as canções são escassas, mas este é claramente um disco mais destinado ao consumo que à reflexão. Como os CCR sempre foram, de resto.

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